quinta-feira, 14 de junho de 2018

é

é irrelevante o meu penar, 
é como o choro daquele que não conheço
primeiro deve-se alcançar o olimpo e só então confiará naquilo que digo
é preciso erguer mil pedras nas costas
depois disso posso cravar no seu peito qualquer palavra idiota
e você se dará por satisfeito.


marcelozorzeto

quinta-feira, 7 de junho de 2018

sobreviver

é pra sobreviver que você se agarra nas pedras da margem
e se suja todo no lodo verde da rocha inerte, fria, amorfa
e eu perfeitamente entendo o seu drama, te observo cada vez mais ao longe
a vida é mais foda no desespero, no desespero verde-lodo de pedra morta
tão morta quanto você, que se agarra às pedras nesse desespero frio de quem não sabe que o rio é tão raso quanto você.

marcelozorzeto

sexta-feira, 1 de junho de 2018

quadrilha

João (machista) amava Teresa (xenófoba não confessa) que amava Raimundo (misógino) que amava Maria (racista, mas jurava que não, pois tinha amigos negros) que amava Joaquim (homofóbico confesso) que amava Lili que não amava ninguém.
João largou a mulher grávida de 4 meses e foi para os EUA estudar cinema, Teresa, quis abortar, mas não teve apoio da família cristã e foi para um convento, Raimundo era o próprio desastre. Maria ficou para tia por opção. Joaquim, gay enrustido, suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes que tinha uma banda de arrocha e que não tinha entrado nessa história.

marcelozorzeto