domingo, 3 de junho de 2012

poema de domingo

quando há corpos misturados a copos já vazios
é muito mais sutil o amor
é guardar em pequenas partes 
que flutuam nos espaços entre nós
o sorriso largo que se dá à toa

talvez eu tenha nascido pra sempre
e talvez o meu pra sempre seja por demais efêmero
mas é o necessário pra taça de vinho se consumir
pro beijo quente e molhado tocar as estrelas que se apagam

é o tempo suficiente pra existir
por alguns segundos
pra sorrir em detalhes esquecidos
pra chorar nas ondas do seu corpo também passageiro
como o vento

é meu tempo no teu corpo
é meu corpo em teu altar
vou chorar quando nos formos
vou rezar no escuro a prece mais sincera dos nossos dias de amar.

marcelozorzeto