terça-feira, 29 de novembro de 2016

sábado, 26 de novembro de 2016

a ver nuvens

eles, os poetas, estão sempre exilados em suas mais ridículas fantasias e alucinações de perfeição em palavras. num mundo visível somente aos olhos e corações, eles, os poemas, são como as nuvens. há quem as olhe e veja elefantes ou coelhos, há quem veja apenas nuvens e há quem nunca olhe para o céu.

marcelozorzeto

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

a liberdade dos passarinhos

a gente, enquanto sociedade vive aprisionado. são celas em que nos colocam e a gente nem percebe o encarceramento. pro amor de fato acontecer, é preciso liberdade. mas a liberdade é a tomada de consciência de que se está preso, pois todo passarinho que é criado em gaiola, acredita de fato que voar é uma doença. e a gaiola também não tem culpa, pois a ela só lhe foi ensinado o aprisionamento.

marcelozorzeto

domingo, 20 de novembro de 2016

o tempo

meu corpo é o tempo que se deteriora em mim. a cronologia de uma vida datada. e o amor que acho que sinto pelas pessoas e pelas horas é apenas uma das formas de se estender na eternidade.

marcelozorzeto

sábado, 19 de novembro de 2016

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

simples

quais são as vontades de se ter virtudes?
quais são as vertigens de ser vantagens?
se você pensa em pular, pula... vai, não faz cena!
o mundo não é fim, é meio! e o amor é bem mais simples que fazer poema...
e eu não sei nada dos três - do mundo, do amor e de poemas.
e é bem simples não saber, o bonito é sempre simples.
sempre.

marcelozorzeto

sábado, 12 de novembro de 2016

amanhecer

Hoje fui eu que amanheci o dia. Excesso de zelo com a lua eu acho, que agora dorme numa caixa de sapato.

marcelozorzeto

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

dias de febre

não são dias fáceis esses de febre intermitente. a cabeça pesa. o corpo enxarca. o ar viciado do apartamento me causa uma abrupta vontade de querer apenas repousar. o corpo quer paz e descanso da dor. é madrugada novamente. um sábia me desafia e invariavelmente me alegra. estou sendo muito bem cuidado eu sei. anjos existem.

marcelozorzeto

terça-feira, 8 de novembro de 2016

versinho da madrugada

não se comove um coração de pedra
sem antes ser água corrente
o amor que passa pelas artérias
é sem dúvida, o rio mais eloquente,
derruba o concreto, cava fundo na terra
faz germinar qualquer semente.
marcelozorzeto

sábado, 5 de novembro de 2016

soneto

repousa o orvalho por sobre os jardins,
sereno, enquanto ainda dorme o dia.
de folha em folha, acordam os jasmins,
suas pétalas, suas flores, melodia.

devagar a luz do sol toma as rédeas,
iluminando com cores, os campos.
o tempo e a vida pairam entre orquídeas,
ao som dos passarinhos, pirilampos.

passa o dia e a tarde chegando vem
e traz do infinito o escuro no céu.
o brilho das estrelas ilumina

a noite, com seu vaidoso véu.
madrugando a beleza na retina
jaz a vida no incerto do além.

marcelozorzeto