com a pele já toda encharcada de esperança, ele atravessou o asfalto, entrou no bar e em pé no balcão, pediu uma dose dupla de paciência,
Santificados sejam nossos ofensores, assim como nós magoamos a quem nos tem perdoado.
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
terça-feira, 23 de agosto de 2016
poema fluxo
ontem, veio até mim uma palavra vaga trazida pela brisa da primeira manhã
úmida e leve como o amor de uma criança
a água, com seu som incurável de chuva a diluiu forte e breve
e fez dela correnteza
a caminho do mar
esse poema fluxo
leite de rio
leito de mãe.
úmida e leve como o amor de uma criança
a água, com seu som incurável de chuva a diluiu forte e breve
e fez dela correnteza
a caminho do mar
esse poema fluxo
leite de rio
leito de mãe.
marcelozorzeto
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
sábado, 20 de agosto de 2016
na avenida
pois não é que todo bom samba fala da minha tristeza
do meu gingado desafinado na avenida
e dos meus passos desencontrados em direção à apoteose.
lágrimas de cuíca e de cavaco, e sorrisos de pandeiro...
do meu gingado desafinado na avenida
e dos meus passos desencontrados em direção à apoteose.
lágrimas de cuíca e de cavaco, e sorrisos de pandeiro...
marcelozorzeto
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
todo poema é
cuidado, todo poema é uma carta de autodestruição
abre-se demais as portas da casa, escancara-se ao verbo
vulnerabilidade da carne, dos ossos, do peito
em demasia desprotege-se, vira alvo fácil
todo poeta é um suicida-social
escrita sobrevida, deixa-se morrer
revela-se, cai do céu
todo poema rompe um pacto
onde a verdade não é permitida
e atirar-se da janela é muito, muito provável
todo poema é um arranha-céu de onde me atiro
o corpo que cai é de verdade (a única verdade)
é poesia em forma de vento.
marcelozorzeto
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
poema estéril
eis aqui, poema estéril em terra infértil,
fogo morto em palavras, espalhado pelo chão
eis aqui, poema em cinzas, lama e morte,
saudade em chamas, um poema-oração
destempero em minha carne, noite espessa,
azul-saudade, ser José ou ser João
fogo morto em palavras, espalhado pelo chão
eis aqui, poema em cinzas, lama e morte,
saudade em chamas, um poema-oração
destempero em minha carne, noite espessa,
azul-saudade, ser José ou ser João
eis aqui um não-poema fingindo ser de fato aquilo que não é
exposto ao escárnio, planta o ódio, e diz que ama em traição
pele em rugas, frases mortas, altar torto em minha anti-fé
escancara sua face, abre o peito e renasce em meu perdão.
exposto ao escárnio, planta o ódio, e diz que ama em traição
pele em rugas, frases mortas, altar torto em minha anti-fé
escancara sua face, abre o peito e renasce em meu perdão.
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