meu ser se assemelha ao céu que é somente seu
seu céu em meu ego cego, que segue adiante e ateu
ser seu sertão num cercado de sol à pino, um caracol...
sou instantes, um pouco antes da boca encontrar o anzol.
sou você sem fim ou sem mim
e minha alma só se acalma
se em nossa cama,
em nosso jardim.
seu ser no meu sol, sem fazer sombra, sem me fazer só
meu eu, volúvel, solúvel ao me transformar em pó
desfazendo o nó
sem dó nenhuma de mim
de uma dor nem tão doída assim.
meu eu, seu nosso
seu meu, eu posso
no sal dessa terra, desse deus morto
nessa cidade triste
nesse mundo insosso
de almas tristes e pensamento torto.
marcelozorzeto