São Paulo,
a cidade que eu amo é cinza
A cidade que eu amo,
desaparece no céu invisivelmente azul
Do prédio da Augusta,
a vida não dorme nem acorda
O sonho feliz de cidade é pesadelo cotidiano de hipocrisia
No bom retiro da liberdade,
os mendigos presos à miséria craqueando as ilusões
Putas de salto,
minissaias do acaso da vida fácil nada fácil
Cosmopolitamente racial,
os gêneros se misturam como água e óleo
E veloz,
a Sampa do meu coração se dissolve em prantos fiéis
Onde poluição e emoção confundem meus olhos e choro
E mesmo assim,
nada acontece no meu coração.
marcelozorzeto